1. Cosméticos para gestantes e bebês: por que exigem atenção especial?
O período de gestação é um momento de diversas transformações no corpo da mulher, que passa por alterações hormonais e fisiológicas. Essas mudanças impactam na forma como substâncias são absorvidas pela pele, tornando-se mais intensas, além de haver maior sensibilidade cutânea. Dessa forma, é mais fácil para que os ingredientes dos cosméticos passassem por essa barreira e alcancem a corrente sanguínea, possivelmente atravessando a placenta e atingindo o bebê. Nesta fase, o feto está em um momento delicado de seu desenvolvimento, sendo suscetível a riscos devido a exposição a algumas substâncias, podendo desenvolver alguns problemas de saúde.
Para além disso, mesmo após o nascimento, a pele dos bebês é mais fina e sensível: a barreira cutânea está em processo de formação, de modo que eles ficam mais vulneráveis a absorção de quaisquer substâncias aplicadas à pele. Nesse caso, a depender dos ingredientes das formulações, os bebês podem sofrer com irritações, alergias ou contaminações.
Tendo em vista esse cenário, é notável a crescente demanda por produtos hipoalergênicos e naturais, que sejam desenvolvidos especificamente para gestantes e crianças. A necessidade da escolha consciente de cosméticos não é tratada apenas como um cuidado estético, mas também como uma questão de saúde materno-infantil. Portanto, os cosméticos voltados para o público infantil e gestante exigem formulações seguras e bastante responsáveis e cuidadosas, com a utilização de ativos mais suaves, pH equilibrado e ausência de componentes mais agressivos como fortes fragrâncias, corantes e conservantes.
2. O que muda na formulação? Ingredientes, testes e cuidados
Considerando a necessidade de cuidado rigoroso na escolha de ingredientes para formulações de cosméticos que possam ser usados de forma segura por gestantes ou bebês, algumas substâncias comuns em produtos para adultos devem ser evitadas. Entre elas estão: parabenos, ftalatos, BHT, PEGs e talco. Isso se deve por sua possibilidade de apresentar riscos consideráveis para a saúde dos consumidores em questão.
Os parabenos, apesar de serem conservantes eficazes, podem interferir no sistema endócrino em desenvolvimento do bebê, podendo levar a disfunções hormonais. Os ftalatos, utilizados em formulações para fixar fragrâncias e melhorar a textura dos produtos, também estão associados a alterações hormonais, tendo a capacidade de atravessar a placenta. Por último, o BHT e PEGs, embora tenham funções antioxidantes e emulsionantes, apresentam riscos podendo causar irritações ou toxicidade.
Assim, as formulações para gestantes e para crianças são desenvolvidas utilizando ingredientes mais leves e que sejam hipoalergênicos. É de grande importância, também, a escolha de conservantes seguros e a preferência por fragrâncias suaves ou a ausência de perfume, visando minimizar o risco de alergias ou reações adversas. Outros ingredientes que devem ser evitados são aqueles à base de sulfatos, corantes artificiais e óleos essenciais concentrados, novamente, por apresentarem riscos de sensibilização da pele ou reações mais graves.
Além disso, alguns cuidados devem ser tomados ao desenvolver essas formulações: o pH do produto deve estar ajustado para manter o equilíbrio natural da pele, e é essencial que sejam realizados testes específicos para esses cosméticos. A comprovação de segurança e tolerabilidade cutânea é adquirida através de testes dermatológicos e pediátricos, de forma que os produtos poderão ser desenvolvidos com base em evidências científicas para assegurar a ausência de riscos.
3. Cuidados com a regulamentação: o que diz a Anvisa?
A Anvisa classifica os cosméticos infantis como produtos de Grau 2, conforme a RDC nº 639/2022, implicando que, apesar de não exigirem registro prévio, esses produtos devem apresentar um dossiê técnico, apresentando evidências de segurança, eficácia e qualidade. Essa regulamentação também inclui a exigência de rotulagem específica e a comprovação de que a formulação é adequada para a faixa etária indicada. Uma nova regulamentação (RDC 237/2018) simplificou o processo de regularização por meio do sistema SGAS, mas reforça que todas as exigências técnicas permanecem válidas, de forma que o fabricante deve assumir responsabilidade integral.
Além disso, há uma regulamentação que estabelece a obrigatoriedade de realização de testes de irritabilidade cutânea, sensibilização dérmica e toxicidade oral aguda para produtos infantis. Exige, também, que os rótulos tragam advertências específicas, como a faixa etária recomendada, instruções detalhadas de uso e cuidados especiais no caso de produtos em aerossol, que podem apresentar risco respiratório. Os fabricantes precisam garantir que os ingredientes escolhidos estejam dentro dos parâmetros legais e sejam seguros para uso em bebês e crianças, submetendo o produto aos testes exigidos por lei.
4. Tendências no mercado: o que os consumidores estão buscando?
O mercado atual de cosméticos tem apresentado algumas tendências. Dentre elas está a busca por produtos naturais, orgânicos e veganos, que vem sendo motivada por uma maior conscientização sobre os possíveis efeitos nocivos de alguns ingredientes (como conservantes agressivos e derivados de petroquímicos) e maior atenção com a saúde da pele, levando em conta o público consumidor gestante e infantil.
Além disso, há uma crescente preocupação com a sustentabilidade ambiental, de forma que os consumidores têm preferido marcas que adotam práticas éticas, ingredientes de origem vegetal, processos de fabricação responsáveis e cosméticos que tenham embalagens sustentáveis. Neste cenário, também surge uma valorização de transparência nos rótulos dos produtos e informações acessíveis a respeito da composição e função dos produtos. Por último, uma tendência atual deste mercado é a preferência do público por linhas cosméticas completas, que acompanham as fases da maternidade, desde a gestação até os cuidados com a pele do bebê, de modo que os produtos ofereçam tratamentos seguros para toda a família. Essas tendências refletem uma exigência do consumidor por qualidade, eficácia e responsabilidade social e ambiental.
Como a pHarmaceutica Jr. pode ajudar?
Na pHarmaceutica Jr., desenvolvemos fórmulas personalizadas e seguras, pensadas especialmente para públicos sensíveis como gestantes e bebês, sempre com foco em eficácia, suavidade e sensorial adequado. Oferecemos suporte técnico completo na escolha de ingredientes compatíveis com a pele delicada desses públicos, além de acompanhamento em todo o processo de regulamentação junto à Anvisa, garantindo um lançamento seguro e alinhado às exigências legais. Com uma equipe qualificada e experiente em inovação cosmética, atuamos com compromisso no desenvolvimento de produtos que priorizam o bem-estar, a saúde e a confiança do consumidor.