Por que essa escolha importa para a sua marca?

O mercado de cosméticos ocupa uma posição de destaque tanto global quanto nacionalmente. No Brasil, o setor de beleza e autocuidado é o 4º maior do mundo — atrás apenas da China, Estados Unidos e Japão — e conta com uma previsão de crescimento médio anual de 5,7% até 2025. Diante de um cenário tão competitivo, é fundamental que marcas encontrem formas de se destacar, e uma das estratégias mais promissoras é justamente investir em apelos que conversem com as novas exigências do consumidor — como a sustentabilidade. Em um mercado em constante transformação, essa escolha pode ser o que mantém uma marca relevante.

A busca por cosméticos sustentáveis é impulsionada por diversos fatores, como o crescimento da consciência ambiental e ética da população, o aumento da rejeição a testes em animais e o crescimento da preocupação com a saúde e composição dos produtos. Muitos consumidores passaram a evitar ingredientes sintéticos e potencialmente nocivos, buscando opções mais limpas e com menor impacto ambiental. Além disso, a influência das redes sociais e de criadores de conteúdo que priorizam produtos com apelo verde vem moldando os hábitos de consumo de toda uma geração.

Essas tendências se refletem nos dados, com o “Caderno de Tendências 2019-2020”, publicado pelo Sebrae em parceria com a ABIHPEC, mostrando que 73% dos consumidores estão dispostos a pagar mais por produtos sustentáveis. Esse mercado de cosméticos naturais cresce mais de 20% ao ano e movimenta mais de R$ 3 bilhões no Brasil.

Dessa maneira, a escolha entre produzir um cosmético convencional, natural, vegano ou orgânico não afeta apenas o produto em si, mas impacta toda a cadeia — desde a formulação, com a seleção dos ingredientes, até a forma como a marca se comunica com o público. A linguagem, os canais de venda, o marketing e a construção de confiança com o consumidor devem refletir esse posicionamento. Em outras palavras, o tipo de cosmético não define apenas o produto, mas também todo o posicionamento que a marca vai adotar frente ao mercado.

Neste blog, você encontrará uma explicação detalhada sobre cada tipo de apelo — vegano, natural ou orgânico — incluindo seus impactos na regulamentação junto à ANVISA, orientações para tomar essa decisão de forma estratégica e como a nossa empresa pode te apoiar nessa trajetória

O que define um cosmético convencional?

Os cosméticos convencionais são aqueles desenvolvidos com ingredientes amplamente utilizados na indústria, mas que não possuem nenhuma especificidade voltada para um público-alvo em particular. Costumam contar com componentes sintéticos, como parabenos, conservantes, fragrâncias artificiais e silicones, que garantem maior durabilidade ao produto, estabilidade na formulação e um custo de produção mais baixo. Por isso, esses cosméticos não exigem certificações específicas para serem comercializados, desde que estejam de acordo com as normas da ANVISA. 

Para muitos consumidores, eles representam uma escolha prática e acessível, tanto pelo preço quanto pela enorme variedade de opções disponíveis. Por outro lado, podem acabar afastando quem busca por produtos mais “verdes” ou alinhados com valores de sustentabilidade, saúde ou ética.

Cosméticos naturais: o que são e como são formulados? 

Os cosméticos naturais são aqueles formulados com predominância de ingredientes de origem natural, ou seja, substâncias extraídas de plantas, minerais e outros recursos presentes na natureza. Isso inclui óleos vegetais, extratos botânicos, manteigas naturais e óleos essenciais, por exemplo.

Embora seja um questionamento comum entre os consumidores, produtos naturais não são necessariamente veganos, uma vez que podem conter mel, cera de abelha, entre outros ingredientes de origem animal, nem orgânicos, que exigem certificação específica.

Em termos de formulação, os cosméticos naturais não podem conter aditivos químicos na composição, utilizam matérias-primas na produção e seguem a risca uma lista de restrições quanto a determinados materiais, sendo no mínimo 95% do conteúdo composto por matérias-primas naturais e 5% por substâncias sintéticas, mas certificadas que não estão inseridas nas matérias-primas proibidas para cosméticos naturais. 

Do ponto de vista regulatório, ainda não há no Brasil uma legislação específica que defina claramente o que é um “cosmético natural”, o que abre espaço para variações na rotulagem e uso de termos de forma pouco padronizada. Por isso, existem certificações voluntárias como as do IBD, EcoCert ou Natrue, que ajudam a garantir maior credibilidade. 

Dentro do mercado, esses produtos acabam se destacando por abranger um público-alvo mais amplificado no sentido de sustentabilidade, incluindo pessoas mais engajadas ambientalmente.

Cosméticos orgânicos: mais do que naturais

Os cosméticos orgânicos vão além da proposta dos naturais, exigindo um nível maior de rastreabilidade e pureza dos ingredientes utilizados. Para que um produto seja considerado orgânico, é necessário que uma parte significativa (em geral, no mínimo 95%) de seus componentes venha de cultivos orgânicos certificados, ou seja, livres de agrotóxicos, fertilizantes químicos, transgênicos e outras práticas semelhantes. Além disso, todo o processo de produção deve respeitar os mesmos princípios sustentáveis e éticos desde o plantio até a embalagem final.

No Brasil, a regulamentação desses produtos é mais rigorosa, exigindo certificações específicas de órgãos reconhecidos, como o IBD, a Ecocert e o USDA Organic. Essas certificadoras avaliam tanto os ingredientes quanto o modo de produção, o que torna o processo de formulação e aprovação mais complexo — e, por consequência, mais caro. Isso se reflete no preço final do produto, que costuma ser mais elevado quando comparado aos convencionais e naturais.

Entretanto, o valor percebido pelo consumidor é alto, com esse produtos sendo associados à sustentabilidade, segurança para a saúde e responsabilidade ambiental e social. Esse apelo costuma atrair um público bastante engajado, disposto a investir mais em marcas que compartilham desses valores e que prezam pela transparência. Em um mercado que valoriza autenticidade e propósito, esse tipo de cosmético reforça o posicionamento ético e consciente da marca.

Regulamentação: o que a Anvisa exige de cada categoria?

Agora que já entendemos as principais diferenças entre produtos convencionais, naturais e orgânicos vamos entender o que cada categoria exige quando tratamos da regulamentação do cosmético na ANVISA.

Antes de mais nada, é importante destacar que, independentemente do tipo de cosmético, todos os produtos comercializados no Brasil devem seguir as normas da ANVISA. Inclusive, em outro post aqui no blog da Pharmaceutica Junior, nós explicamos as principais orientações e informações sobre essa regulamentação.

Quando falamos de produtos naturais e orgânicos, nos deparamos com um impasse: esses apelos ainda não possuem definições oficiais dentro da legislação da Anvisa. Isso significa que o uso desses termos não é proibido, mas exige comprovação técnica para que não se configure propaganda enganosa. Ou seja, se uma marca quiser utilizar esses apelos no rótulo ou na comunicação, ela precisa conseguir provar que o produto realmente segue os critérios associados a eles.

É aí que entram as certificadoras, como o IBD, Ecocert ou Natrue, que avaliam tanto a origem dos ingredientes quanto o processo produtivo como um todo. Embora essas certificações não sejam obrigatórias pela Anvisa, elas servem como uma forma de garantir transparência e aumentar a confiança do consumidor, principalmente em mercados mais exigentes. 

Cada certificadora tem critérios próprios para classificar um produto como natural ou orgânico, mas, de forma geral, para cosméticos naturais, certificadoras como a Ecocert exigem que ao menos 95% dos ingredientes sejam de origem natural e que o produto não contenha ingredientes considerados controversos, como silicones, parabenos, fragrâncias sintéticas e derivados de petróleo. Já para um produto ser considerado orgânico, os requisitos são ainda mais rigorosos, sendo exigido que uma parte significativa dos ingredientes sejam vegetais (geralmente mais de 95%) devendo vir de cultivo orgânico certificado, ou seja, sem uso de agrotóxicos, fertilizantes químicos ou organismos geneticamente modificados (OGMs).

Além disso, as certificadoras também avaliam a sustentabilidade das embalagens, as práticas de produção, o não envolvimento em testes em animais, e até aspectos éticos e sociais da cadeia produtiva. O IBD, por exemplo, exige que todo o ciclo de vida do produto respeite práticas ambientalmente corretas, e a Natrue, além de classificar produtos como naturais, também possui selos específicos para os que são orgânicos ou veganos. Essas certificações servem como um atestado de compromisso real da marca com a sustentabilidade, indo além do marketing e garantindo ao consumidor que o produto cumpre aquilo que promete.

Qual escolher para sua marca? 

Depois de tantas informações, é normal surgir a dúvida sobre qual tipo de produto sua marca deve oferecer. A resposta para essa pergunta é mais simples do que parece, tudo depende de como essa escolha se alinha com a estratégia e os princípios da sua marca.

Um primeiro passo é começar com a  delineação do perfil do seu público-alvo, caso a sua marca deseje dialogar com consumidores mais conscientes, engajados com causas ambientais e dispostos a pagar mais por produtos sustentáveis, vale considerar formulações naturais ou orgânicas. Já se o foco for acessibilidade e praticidade, os cosméticos convencionais ainda representam uma opção competitiva e com boa aceitação no mercado. 

O posicionamento desejado também é um fator importante a se considerar, marcas que querem se destacar no segmento premium, por exemplo, podem se beneficiar do uso de certificações, selos reconhecidos e uma comunicação mais voltada para valor e propósito. Por outro lado, é fundamental analisar o custo de formulação e produção, já que produtos com apelos verdes ou éticos costumam exigir ingredientes mais caros e processos mais complexos. No fim das contas, tudo se resume a consistência, o tipo de cosmético escolhido precisa conversar com os valores da sua marca e com a experiência que você quer entregar para os seus consumidores.

Como a pHarmaceutica Jr. pode ajudar nessa decisão?

Receber tantas informações de uma vez pode realmente parecer um pouco demais, e é comum se sentir meio perdido ao pensar em tirar um cosmético do papel. Afinal, são várias etapas, decisões importantes e questões regulatórias no caminho. Mas calma, você não precisa fazer tudo isso sozinho! A Pharmaceutica Jr. pode te ajudar a tornar essa jornada mais leve e eficiente. 

Na pH, o nosso suporte começa antes mesmo da execução do projeto. Oferecemos apoio técnico especializado, com uma equipe capacitada na área cosmética que vai te orientar desde o início — inclusive na escolha da categoria mais alinhada com os valores da sua marca: natural, vegana, orgânica ou convencional.

No nosso serviço de Pesquisa & Desenvolvimento, criamos uma formulação totalmente personalizada para você, levando em conta os apelos definidos e buscando sempre ingredientes que tragam diferencial competitivo ao seu produto. Cada fórmula é pensada de forma única, com foco em qualidade, inovação e destaque no mercado.

Além disso, oferecemos também a Consultoria em Desenvolvimento, em que damos todo o suporte necessário para tirar sua marca do papel. Realizamos cotações e entramos em contato com empresas parceiras, desde fábricas para produção em larga escala até consultorias de plano de negócios — tudo para facilitar seu caminho até o lançamento. Nessa etapa, também cuidamos da parte de testes e documentação, realizando a orientação para facilitar a regulamentação do seu produto na ANVISA.

Geralmente, esses dois serviços são contratados juntos, já que se complementam para alcançar o objetivo final: ver seu sonho ganhar forma e chegar ao mercado com um cosmético único, seguro e com a cara da sua marca.

Com mais de 17 anos de atuação no mercado, nossa empresa já ajudou muitas pessoas como você — com o sonho de lançar sua própria marca — a transformar ideias em realidade e se consolidar no setor cosmético. Um dos nossos cases de sucesso foi o desenvolvimento de uma linha de dermocosméticos personalizada para uma dermatologista da Paraíba. Criamos três produtos faciais pensados especialmente para pele oleosa: um tônico, um gel de limpeza e um sérum. O resultado? A cliente ficou tão satisfeita com o projeto que nos deu nota 10 no NPS (Net Promoter Score), que mede o quanto ela indicaria nossos serviços para outras pessoas.

Esse tipo de reconhecimento reforça nosso compromisso em entregar projetos com qualidade, cuidado e foco total nos objetivos de quem confia na gente.

Dicas finais e próximos passos

Chegando até aqui, você já deve ter percebido que entender bem as categorias cosméticas — convencional, natural, vegana ou orgânica — é fundamental para evitar erros de posicionamento e garantir que sua marca se conecte com o público certo.

Fazer essa escolha com consciência e estratégia não só fortalece a identidade da sua marca, como também se torna um diferencial competitivo em um mercado cada vez mais amplo e exigente.

Se você está pronto para tirar sua ideia do papel ou ainda está com dúvidas sobre qual caminho seguir, que tal conversar com a gente? A pHarmaceutica Jr. pode te ajudar a começar sua marca do jeito certo, com orientação técnica, segurança regulatória e uma fórmula que traduza exatamente o que você quer oferecer ao mundo.

Conclusão

Criar uma marca de cosméticos e lançar seus produtos no mercado  é um processo que não envolve apenas paixão e propósito, mas também responsabilidade técnica, planejamento e a tomada de decisões estratégicas. Não basta somente ter uma boa ideia, é preciso saber como executá-la da melhor forma possível.

Dessa forma, buscar parcerias com especialistas, seja em formulação, branding ou regulamentação, é um caminho mais inteligente e seguro para quem quer lançar um produto com qualidade e diferencial real no mercado.

E lembre-se: quem começa agora está entrando em um mercado cheio de oportunidades, que valoriza autenticidade, inovação e marcas com propósito. A jornada pode parecer complexa, mas com o suporte certo, ela se torna mais leve — e muito mais promissora.

Estamos prontos para caminhar com você. Vamos começar?

Referências

IBD CERTIFICAÇÕES. Diretrizes para certificação de cosméticos naturais e orgânicos. Versão 25/05/2022. Disponível em: https://www.ibd.com.br/wp-content/uploads/2022/06/8_1_2_C_Diretrizes_IBD_Cosmeticos_25052022.pdf. Acesso em: 9 maio 2025.

FASHION À PORTER. Brasil é o quarto maior mercado mundial de beleza e autocuidado. 12 mar. 2024. Disponível em: https://www.fashionaporter.com.br/2024/03/12/brasil-e-o-quarto-maior-mercado-mundial-de-beleza-e-autocuidado. Acesso em: 9 maio 2025.

COSMETIC INNOVATION. Setor de cosméticos deve crescer 6% ao ano até 2025. 2024. Disponível em: https://cosmeticinnovation.com.br/setor-de-cosmeticos-deve-crescer-6-ao-ano-ate-2025. Acesso em: 9 maio 2025.

SANTANA, Anselmo. Sustentabilidade e inovação no mercado de cosméticos no Brasil. 16 jul. 2024. Disponível em: https://www.anselmosantana.com.br/2024/07/16/sustentabilidade-e-inovacao-no-mercado-de-cosmeticos-no-brasil. Acesso em: 9 maio 2025.

ECOCERT. Certificação de cosméticos naturais e orgânicos – COSMOS. 2024. Disponível em: https://www.ecocert.com/pt-BR/artigo/5091281. Acesso em: 9 maio 2025.

LES PEAUX. Você sabe a diferença entre cosméticos convencionais, naturais e orgânicos? [s.d.]. Disponível em: https://lespeaux.com.br/blog/voce-sabe-a-diferenca-entre-cosmeticos-convencionais-naturais-e-organicos Acesso em: 9 maio 2025.

IN-COSMETICS CONNECT. Regulamentação de cosméticos naturais e orgânicos no Brasil. [s.d.]. Disponível em: https://connect.in-cosmetics.com/pt/tendencias/regulamentacao-de-cosmeticos-naturais-e-organicos-no-brasil.  Acesso em: 9 maio 2025.

TOPVIEW. Natural, orgânico, vegano e cruelty-free: qual a diferença de cada nomenclatura? [s.d.]. Disponível em: https://topview.com.br/self/natural-organico-vegano-e-cruelty-free-qual-a-diferenca-de-cada-nomenclatura.  Acesso em: 9 maio 2025.

SLOW BEAUTY. Cosméticos naturais x convencionais: entenda a diferença dos dois tipos. [s.d.]. Disponível em: https://www.slowbeauty.com.br/rosto/cosmeticos-naturais-x-convencionais-entenda-a-diferenca-dos-dois-tipos Acesso em: 9 maio 2025.

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